Anna Ratto lança ‘Vison negro’ e aprofunda sua conexão com Arnaldo Antunes em clima mais elétrico

17/04/2025

Da Redação - Ruído Urbano News

Anna Ratto está de volta às composições de Arnaldo Antunes, mas sem repetir a fórmula. Quatro anos após o disco Contato imediato, a cantora carioca lança Vison negro, disponível desde 11 de abril, dando novo fôlego à parceria com o ex-Titã. O projeto, que nasceu como um simples EP, ganhou corpo e virou um álbum completo com 10 faixas – metade inéditas, metade regravações – após um empurrão do próprio Arnaldo, que enviou material novo para Ratto gravar.

"É obra do acaso", contou Anna, se referindo ao nascimento do disco. E que bela coincidência: Vison negro mostra mais força e liberdade do que o trabalho anterior, com uma pegada mais rock e produção reforçada.

O disco foi produzido por Liminha – que já havia comandado o álbum anterior – agora com a colaboração de Alexandre Kassin. A faixa-título, um rock direto, dá o tom do álbum, que também inclui outras canções com roupagem mais pesada, como Não enfeitar (com toque country na introdução) e Não temo, esta última marcando a primeira composição de Ratto com Arnaldo Antunes.

Além da sonoridade mais viva, o álbum conta com participações de peso, como o guitarrista Davi Moraes e o pianista Marcelo Galter. Juntos, eles criam texturas ricas em faixas como Bam bam bam – parceria de Arnaldo com Céu e Hyldon – e Dança, um reggae com clima dub lançado originalmente em 2015.

Anna encara também um desafio e tanto: regravar Um branco, um xis, um zero, eternizada na voz de Cássia Eller. Ela escapa da comparação direta ao levar a música para um lado mais pop, com suavidade e naturalidade.

O lado mais melódico do álbum aparece em baladas como Lágrimas no mar, lançada originalmente por Arnaldo com Vitor Araújo, e na inédita Todo dia e toda hora com você, parceria com Marcelo Jeneci e outros nomes. Gravada com Fernanda Takai, essa última tem cara de hit radiofônico – da época em que o rádio ainda ditava tendências.

Se tudo pode acontecer, com arranjo que destaca as guitarras de Liminha e Kassin, mostra como o cuidado com o som fez diferença nesse segundo volume. A mixagem é assinada por ninguém menos que Michael H. Brauer, engenheiro premiado por trabalhos com Bob Dylan e Rolling Stones.

O encerramento fica por conta da energética Sem você, faixa de 1998 lançada por Carlinhos Brown como Busy man, e que fecha o álbum com a mesma intensidade que o atravessa.

Com Vison negro, Anna Ratto mostra que continua se reinventando – e que, às vezes, o segundo capítulo pode ser ainda mais interessante que o primeiro.