Daúde e Lia de Itamaracá se juntam em disco e resgatam lado B de Agnaldo Timóteo

Da Redação - Ruído Urbano News
Daúde decidiu colocar a voz num clássico com história nas entrelinhas: Galeria do amor, música composta e eternizada por Agnaldo Timóteo em 1975, que, mesmo sem o cantor nunca ter se assumido publicamente, acabou virando um hino não oficial da cena gay carioca. A letra, discreta mas cheia de significado, fazia referência à famosa Galeria Alaska, ponto de encontro da comunidade LGBTQIA+ no Rio daquela época.
Agora, a faixa reaparece como solo de Daúde em um álbum gravado ao lado de Lia de Itamaracá, verdadeira guardiã da ciranda pernambucana. A dupla entrou em estúdio em São Paulo com direção artística de Marcus Preto e produção de Pupillo Oliveira — nomes por trás de trabalhos recentes com artistas como Gal Costa, Alaíde Costa e Erasmo Carlos.
Apesar de algumas faixas solo, o disco é majoritariamente feito de encontros vocais entre as duas. Lia, por exemplo, interpreta sozinha o bolero Quem é (1961), de Silvinho e Maurílio Lopes — outra música que também passou pela voz de Timóteo anos atrás.
O repertório mistura clássicos da MPB com composições feitas sob medida por artistas contemporâneos como Emicida, Karina Buhr e Otto. A ideia do disco nasceu de um show que as duas vêm rodando desde 2023 e agora ganha versão de estúdio, com lançamento previsto pelo Selo Sesc no segundo semestre de 2025.