Dave Mustaine conta como foi ser desligado do Metallica: “Nós tínhamos um sonho juntos e tudo acabou”

Em 11 de abril de 1983, Dave Mustaine recebeu uma notícia que mudaria para sempre sua trajetória: ele estava fora do Metallica. A decisão foi tomada por James Hetfield e Lars Ulrich, após uma série de conflitos internos e o comportamento autodestrutivo de Mustaine, marcado por brigas e abuso de álcool durante o tempo em que esteve na banda, entre 1981 e 1983. Pouco depois, o posto foi assumido por Kirk Hammett.
Anos depois, no documentário Some Kind of Monster (2001), que mostra os bastidores do disco St. Anger, Mustaine teve a oportunidade de rever Ulrich em um encontro tenso e emocional, com a presença do terapeuta da banda, Phil Towle. Na conversa, o guitarrista desabafou sobre como foi demitido — acordado subitamente e sem chance de se explicar — e como isso o afetou desde então.
"Eu fui apagado de qualquer envolvimento [com o Metallica], as citações diziam que eu nunca deveria estar aqui, que eu era um bêbado. Todas as coisas horríveis que foram ditas, logo após que fui demitido", relembrou Mustaine, visivelmente abalado.
Quase duas décadas após a saída, ele ainda sentia o peso do rompimento: "A banda continuou tendo sucesso e nós nunca lidamos com o jeito que fui demitido. Meu Deus, cara, eu não… eu não tive outra chance. Nós tínhamos um sonho juntos. E aí, tudo acabou".
O músico ainda comparou as trajetórias: "É difícil, Lars. Tudo que você toca vira ouro e tudo que eu faço explode", confessou, dizendo que, até hoje, sente que o nome Metallica o persegue: "Você tem ideia do que eu passei?".
O encontro, capturado pelas câmeras do documentário, foi um raro momento de vulnerabilidade entre dois personagens fundamentais da história do metal.
Assista um trecho da conversa abaixo: