Emicida acusa Fióti de desviar R$ 6 milhões da Lab Fantasma; irmão nega e fala em gestão transparente

02/04/2025

Da Redação - Ruído Urbano News

A relação entre os irmãos Emicida e Fióti, que construíram juntos a Lab Fantasma, chegou ao noticiário por um motivo delicado: uma disputa judicial recheada de acusações sobre o controle e os recursos da empresa.

O rapper Emicida apresentou, na Justiça, uma acusação contra Fióti alegando que o irmão teria transferido cerca de R$ 6 milhões da conta da Lab Fantasma para sua conta pessoal, entre junho de 2024 e fevereiro de 2025. A informação foi incluída como resposta ao processo movido por Fióti, que tenta impedir que Emicida tome decisões sozinho sobre a empresa.

Fióti, que além de músico também é empresário, rebateu as acusações e negou qualquer irregularidade. Em nota, afirmou: "Nunca desviou qualquer valor da LAB Fantasma ou de empresas do grupo. Todas as movimentações feitas durante sua gestão foram transparentes, registradas e seguindo os procedimentos financeiros adotados pelos gestores, assim como as retiradas de lucros ao sócio e artista Emicida."

A Lab Fantasma, criada em 2009 pelos dois irmãos na Zona Norte de São Paulo, atua tanto como marca de roupas quanto como produtora artística — responsável, inclusive, por carreiras como a de Emicida, Rael e Drik Barbosa.

O imbróglio judicial começou quando Fióti entrou com uma ação na Justiça no início de março, alegando ter sido bloqueado de todas as contas da empresa e removido de uma procuração que lhe dava poder de gestão igualitário. Ele também afirma que Emicida teria exigido sua saída do quadro societário e que um acordo assinado entre eles não foi cumprido.

Já os advogados de Emicida sustentam que ele sempre teve maior poder de decisão sobre a empresa.

No meio dessa disputa, a parceria artística entre os dois chegou oficialmente ao fim. No último sábado (29), Emicida comunicou publicamente que Fióti não representa mais sua carreira. "Informamos que, a partir desta data, Evandro Roque de Oliveira (Fióti) não representa mais os interesses da carreira artística de Leandro Roque de Oliveira (Emicida)", diz a nota divulgada no Instagram do rapper, sem espaço para comentários.

Fióti, por sua vez, também usou as redes para falar de uma nova etapa em sua carreira:
"Após 16 anos à frente da Laboratório Fantasma — grupo empresarial fundado ao lado do irmão Emicida, do qual é sócio, e um dos mais relevantes da cena independente — o empresário e artista Evandro Fióti anuncia o início de uma nova etapa em sua carreira."

Em sua manifestação oficial sobre o caso, Fióti reforçou que vê as acusações como infundadas:
"A acusação de 'desvio' é falsa e inverte os fatos. O próprio processo judicial contém documentos que comprovam que Emicida recebeu valores superiores, incluindo distribuições de lucros acordadas entre as partes."

Ele ainda acrescentou que considera a exposição pública do processo como um ato grave:
"A divulgação distorcida de informações parciais de um processo é gravíssima e será tratada com as medidas legais cabíveis, em todas as esferas, inclusive penal."

A novela familiar e empresarial segue na Justiça, e, por enquanto, o fim da parceria artística entre os irmãos é o único desfecho confirmado.