Gilberto Gil revisita sua obra em turnê que celebra o período de 1965 a 1984

Da Redação - Ruído Urbano News
Gilberto Gil nunca deixou de compor desde que iniciou sua jornada musical nos anos 1960, mas grande parte de seu repertório mais emblemático está concentrada entre 1965 e 1984. Esse recorte de duas décadas define o roteiro do show Tempo Rei, que teve sua estreia nacional na noite de 15 de março, no estádio Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), diante de um público entusiasmado.
A turnê, que promete ser a última grande jornada de Gil pelos palcos, traz um setlist recheado de sucessos desse período, incluindo "Eu vim da Bahia" (1965), seu primeiro samba autobiográfico, até canções do álbum Raça Humana (1984), quando o artista flertou com sonoridades pop. Apesar do foco nessas duas décadas, algumas exceções aparecem no show, como "A novidade" (1986), parceria com Os Paralamas do Sucesso, "Estrela" (1997) e "Esperando na janela" (2000), último grande hit fora do cancioneiro autoral de Gil.
O show também conta com momentos de reflexão, como o depoimento em vídeo de Chico Buarque, parceiro de "Cálice" (1973), música que foi censurada durante a ditadura militar. Fora do repertório autoral, Gil incluiu "Eu só quero um xodó", clássico de Dominguinhos e Anastácia que ele ajudou a popularizar em 1973.
Nas redes sociais, fãs já sentem falta de algumas canções icônicas, como "Super-Homem, a Canção", do álbum Realce (1979), que atravessou gerações. A estreia também trouxe participações especiais: Russo Passapusso se juntou a Gil em "Emoriô" (1975), e Margareth Menezes deu seu toque no ijexá "Toda menina baiana" (1979).
Confira o setlist da noite de estreia em Salvador:
Palco (1980)
Banda um (1982)
Tempo rei (1984) – com citação de Aqui e agora (1977)
Eu só quero um xodó (1973)
Eu vim da Bahia (1965)
Procissão (1965)
Com um repertório que atravessa épocas e um show que promete emocionar fãs antigos e novos, Tempo Rei reafirma a grandeza de Gilberto Gil na música brasileira.