"O Riso e a Faca": Filme inspirado em Tom Zé leva o Brasil ao Festival de Cannes 2025

Da Redação - Ruído Urbano News
A produção brasileira "O Riso e a Faca" ganhou novas imagens oficiais e já está causando expectativa antes mesmo de estrear oficialmente no prestigiado Festival de Cannes. Inspirado na música homônima do irreverente Tom Zé, o filme reúne mais de 30 profissionais brasileiros nos bastidores, embora conte também com uma equipe internacional de peso.
O longa é fruto de uma coprodução entre Brasil, Portugal, Romênia e França, e tem direção assinada pelo português Pedro Pinho, conhecido por "A Fábrica de Nada" (2017). A estreia acontecerá em maio, durante a 78ª edição do festival francês, integrando a renomada mostra "Un Certain Regard", considerada uma das mais importantes da programação de Cannes.
Na trama, acompanhamos Sérgio, um engenheiro ambiental português que se aventura em uma grande cidade da África Ocidental para trabalhar em um projeto rodoviário desafiador, localizado entre o deserto e a selva. Lá, ele estabelece um vínculo profundo com Diára e Gui, moradores locais. Um destaque fica para o brasileiro Jonathan Guilherme, que interpreta Gui. Ex-atleta profissional de vôlei, Jonathan trocou as quadras pelo universo artístico e atualmente vive em Barcelona como poeta.

Junto a ele no trio principal estão o ator português Sérgio Coragem, conhecido por "Verão Danado" (2017) e "Fogo-Fátuo" (2022), e a atriz cabo-verdiana Cleo Diára, lembrada por sua atuação em "Diamantino" (2018). Além deles, o brasileiro Renato Sztutman, doutor em antropologia, também participa interpretando a si mesmo.
Nos bastidores, destacam-se nomes brasileiros importantes da produção técnica como Tatiana Leite ("Malu", 2024), Rodrigo Letier ("Gabriel e a Montanha", 2017) e Karen Akerman ("O Lobo Atrás da Porta", 2013).
Sobre a inspiração musical, a canção de Tom Zé traz reflexões sobre a dualidade humana, segundo Guilherme Cruz, do site Galeria Musical: "a busca por conter dentro de si todos os extremos, retirando sua força do caos". Já Raphael Vidigal, da Esquina Musical, destaca a habilidade de Tom Zé em unir opostos em sua composição: "investindo nos paroxismos tanto na letra quanto na estrutura, a canção une uma parte ácida a outra mais lírica".
"O Riso e a Faca" ainda não tem previsão de lançamento nos cinemas.